Em 2004 o vereador Veneziano Vital do Rêgo conseguia naquele ano vários feitos em um só: derrotar o governador Cássio Cunha Lima, o seu candidato, o hoje vice-governador Rômulo Gouveia, e a máquina estadual. Por pouco mais de 700 votos, o Cabeludo deixava a Paraíba perplexa com aquele resultado e vencia o pleito municipal em Campina Grande. Foi o maior vencedor naquele ano, até mais que o até então também prefeito recém eleito Ricardo Coutinho, que com uma vitória acachapante derrotava o candidato situacionista Ruy Carneiro. Pois bem, passamos por 2008 e Vené impôs nova derrota a Cássio e a Rômulo. Chegamos 2012, e lá estavam outra vez frente a frente, agora cada um com um candidato, CCL e Vené. Desta vez com Romero Rodrigues e o Cabeludo não mais com a sua pessoa e agora com Tatiana Medeiros. Vitória esmagadora dos "amarelos" contra os "vermelhos". Foram mais de 40 mil votos de diferença. O senador Cássio devolvia as duas derrotas com juros e correção.
Dos candidatos e candidatas com chance de vitória e que foram derrotados nestas eleições, o que perdeu "mais feio" foi Veneziano. Em sua terra natal, Daniella Ribeiro continuará como deputada até 2014, em João Pessoa Cícero Lucena é senador até fevereiro de 2015. Estela Bezerra certamente terá posição de destaque no governo Ricardo Coutinho. E o governador, que não foi candidato, mas perdeu a campanha na capital com Estela, tem seu mandato assegurado até 2014, e que se continuar crescendo na aprovação popular, será forte numa reeleição em 2014.
Agora, o que restou a Vené? Nada. No primeiro dia de janeiro de 2013 não terá mais mandato, cargo e caneta. Assim como Sansão que perdeu seus cabelos e sua força, o Cabeludo de Campina perdeu a caneta e, por tabela, a força. Sem esta força, ele corre o risco de passar dois anos no "ostracismo" dos grandes derrotados.
O que vai restar a Veneziano e também a Zé Maranhão, outro grande perdedor desta eleição, é brigar pela presidência do PMDB. Uma espécie de último suspiro de um político que menos de 10 anos surgiu do nada e pro nada voltar.
Pettronio Torres