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Prefeito Leto, mesmo preso, teria articulado posse do interino Victor Hugo. Denuncia está nos Autos

A denúncia protocolada no Tribunal de Justiça pelo Ministério Público da Paraíba contra agentes públicos e empresários de Cabedelo mostra que houve articulação do prefeito afastado Leto Viana (PRP) para conduzir um aliado para o lugar dele no cargo. A pessoa escalada para a função foi justamente um aliado de primeira hora: o vereador Vitor Hugo (PRB). A articulação para isso, pasmem, ocorria ao mesmo tempo em que a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dava cumprimento às prisões no bojo da operação Xeque-Mate, desencadeada no dia 3 de abril. A articulação visou também a eleição da vereadora Geusa para o cargo de vice-presidente da Câmara. Com isso, ela assumiu o comando do Legislativo.
 
De acordo com a denúncia, o agora ex- secretário de Comunicação da prefeitura, Fabrício Magno Marques de Melo Silva, fez a articulação com Vítor Hugo. O objetivo era conduzir um aliado de Leto para a presidência da Câmara de Vereadores e, por gravidade, para o cargo de prefeito interino. Isso por que, dado o afastamento do titular do Executivo e do seu vice, o cargo é assumido pelo presidente do Legislativo. Vítor, então, articulou a eleição dele para o cargo com o auxílio de Fabrício e a bênção de Leto, diz a denúncia formulada pelo Ministério Público. O atual prefeito em exercício ocupou o cargo vago com a prisão do presidente da Câmara, Lúcio José (PRP), também no curso da investigação.
 
 
Reprodução/Denúncia formulada pelo Ministério Público da Paraíba
 
As provas incluídas nos autos da denúncia mostram que, gradativamente, orientados por Leto Viana, Fabrício Magno e Vítor Hugo articularam com os vereadores aliados a escolha dele para a presidência da Câmara com o fim de chegar ao cargo de prefeito. O caso, inclusive, foi delatado pelo vereador afastado Júnior Datelle (PRP). Ele foi preso junto com outras 1o pessoas no curso da operação Xeque-Mate e fez delação premiada. O parlamentar era um dos aliados de Leto e beneficiado com dinheiro público desviado através da contratação de servidores fantasmas.
 
“A reunião foi informada à Policia Federal pelo colaborador “JÚNIOR DATELLE” acerca do referido planejamento, dentro do 5″ BPM, onde se encontra preso LETO VIANA, sendo o encontro organizado no restaurante Picuí de Intermares e coordenado por VITOR HUGO e pelo emissário de então prefeito, o Secretário de comunicação do município de Cabedelo/PB, FABRÍCIO MAGNO”, diz a denúncia protocolada no Tribunal de Justiça da Paraíba.
 
O encontro no restaurante ocorreu no mesmo dia, quando os suplentes foram recebidos e acertaram o voto em Vítor Hugo. A Polícia Federal e o Ministério Público teve acesso às ligações telefônicas feitas por Fabrício e Víctor Hugo tendo como destino vereadores e suplentes que assumiriam o cargo. A concretização da escola de Vítor Hugo, como o planejado, ocorreu no dia seguinte. Ele assumiu o cargo e, de pronto, negou qualquer envolvimento com os crimes relacionado aos seus aliados. Ainda não há denúncia formulada diretamente contra ele.
 
Confira a nota repassada pelo prefeito em exercício na manhã desta quarta-feira (9):
 
NOTA
 
O Prefeito em exercício de Cabedelo, Vítor Hugo, reitera que a reunião envolvendo suplentes e vereadores ocorrida em um restaurante após a deflagração da Operação Xeque Mate não fora organizada ou comandada por Leto Viana.
 
A iniciativa partiu do próprio Vítor Hugo, que, preocupado com os rumos da cidade, sabia que precisava da união dos parlamentares cabedelenses.
 
Assim como esclarecido para as autoridades competentes previamente, a participação de Fabrício Magno se limitou ao auxílio nos contatos dos suplentes.
 
É importante lembrar que o próprio Ministério Público afirma categoricamente que não há indícios de qualquer influência ou participação do prefeito afastado na atual gestão municipal.
 
A exoneração de 487 servidores indicados por Leto Viana, incluindo a do próprio Fabrício Magno e a grande maioria dos secretários municipais, foi o primeiro ato de Vítor Hugo à frente da Prefeitura, reforçando a sua independência e autonomia que o presente momento exige, assim como o seu compromisso com a probidade na gestão da administração municipal.
 
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