O eventual cancelamento do Campeonato Paraibano de 2021 ainda continua rendendo. O jornalista Pettronio Torres, em seu Blog, pergunta até aonde vai a cartolagem do futebol estadual para sagrar o erário.
Leia na integra o post.
PETTRONIO TORRES
Mais uma cena patética e ridícula protagonizada, ontem, pela cartolagem do futebol paraibano tomou conta do nosso noticiário local e até nacional. A decisão por parte dos dirigentes de não disputar o Campeonato Paraibano de 2021, que para mim não passou de cena, soou como uma espécie de bomba. Eles, sete no total, a exceção é o Botafogo, alegam que não tem condição financeira de disputar a competição sem os recursos do programa do governo do Estado Paraíba Esporte Total, antigo Gol de Placa.
O que acontece
Após investigação, em meados deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, descobriu uma fraude no Gol de Placa. Informado, o governo do Estado suspendeu o repasse aos clubes e propôs, então, um ‘acordo de leniência’ com os devedores e fraudadores para continuar com o Programa.
À época, foi descoberto que clubes estariam comprando pacotes de identificações no mercado negro e as usavam para justificar as notas fiscais. Tem casos absurdos registrados, como pessoas mortas entre os torcedores e outros que nunca botaram o pé na Paraíba.
Pelo acordo de leniência, os clubes precisam admitir a irregularidade e assumir o compromisso de devolver todo o dinheiro recebido de forma ilegal.
Algo que parece nem de longe, passar pela cabeça dos cartolas paraibanos.
Se realmente estes clubes não tem condição de disputar o campeonato estadual, como alega o Treze, por exemplo, como ele vai então representar à Paraíba na Copa do Brasil e Copa do Nordeste de 2021 ? Vai abrir mão de disputar estas competições, tendo excelentes cotas de TV da CBF e Liga do Nordeste?
Claro que não, jogo de cena.
Assim, fica difícil acreditar e advogar a favor da nossa cartolagem.
E o pior, é que toda essa confusão conta com o aval da cartola-mor do futebol paraibano, a presidente da FPF, Michele Ramalho.
A entidade máxima do futebol paraibano, que infelizmente se mostra incapaz de conseguir patrocínio para ajudar nas despesas da competição estadual e fica esperando apenas o poder público bancar a conta no final da competição.
O futebol paraibano não merece esse tipo de gente.