A aprovação de um projeto de lei de autoria do vereador Coronel Sobreira (MDB), que veda uso de novas formas de flexão neutralizadora de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, foi classificada pela vereadora Eliza Virgínia (PP), nas redes sociais, como uma vitória de “todos”.
De forma irônica a colegas de esquerda, a parlamentar que foi a única mulher a vencer as eleições de 2020, disse que a aprovação do texto “reacende a nossa chama de luta para sepultar de uma vez por todas este dialeto que querem nos enfiar guela abaixo”.
O texto é mais uma proposta, de viés conservador, aprovado nas últimas duas semanas. Outro, o PLO 631/2021, de Carlão (PL), proíbe a exposição de crianças e adolescentes a danças que aludam à sexualidade precoce nas escolas municipais. Ambos tiveram o apoio de Virgínia.
Na publicação nas redes sociais, Eliza lembrou que, em 2019, conseguiu aprovar uma lei semelhante, que proibia a linguagem neutra, mas que o texto foi vetado pelo então prefeito Luciano Cartaxo. “Nosso projeto foi aprovado em todas as comissões e teve sua aprovação em plenário pela maioria dos vereadores da casa, contudo, o mesmo foi vetado pelo executivo”, disse.
Eliza é aliada do atual prefeito, Cícero Lucena (PP), e deve trabalhar pela sanção da proposta. Pelo texto, “Fica vedada a utilização de formas de flexão de gênero e de número das palavras da Língua Portuguesa, em cotrariedade às regras gramaticais consolidadas no país e aprovadas pela Comunidade Lusófona, no município de João Pessoa”.
Cícero tem buscado aproximação com o Partido dos Trabalhadores (PT) e com a esquerda para seu projeto de reeleição, o que, em tese, não garante que o texto será sancionado. Além disso, o STF tem derrubado leis semelhantes, aprovadas em outras Câmaras municipais pelo país.
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