“Brexit” é a junção das palavras em inglês “British” e “exit” e significa “saída britânica”. O termo é usado para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que se concretiza nesta sexta-feira (29).
O processo teve origem em grupos da direita da Inglaterra inicialmente minoritários e ganhou força ao longo dos anos 2010. A discussão ganhou contornos mais sólidos em 2016, após a proposta ser aprovada em referendo com 52% de votos favoráveis dos britânicos, contra 48% que rechaçaram a saída da UE.
O que é a UE e o que motivou o Brexit
A União Europeia é um grupo até então formado por 28 países, contando com o Reino Unido, com livre comércio entre si. O bloco também permite o trânsito de seus cidadãos para trabalhar e morar em qualquer parte do território dos membros.
A defesa do Brexit inclui argumentos que apontam que a saída do Reino Unido do bloco é positiva porque irá:
- restringir a entrada de imigrantes no país;
- aumentar a soberania dos britânicos para decidir sobre assuntos de interesse interno, como saúde, emprego e segurança;
- aumentar os recursos públicos disponíveis exclusivamente para os britânicos, com o fim dos valores repassados à UE;
- melhorar as possibilidades de negociação em acordos bilaterais com outros países.
No entanto, para quem era a favor da permanência dos britânicos no bloco, o Brexit vai:
- dificultar para cidadãos do Reino Unido viver em outros países da União Europeia;
- prejudicar negócios hoje favorecidos com regulamentação e burocracia comuns entre os países;
- reduzir lucros devido à cobrança de tarifas de exportação para os países europeus, destino de grande parte dos produtos britânicos exportados;
- não ter qualquer garantia de que o dinheiro hoje repassado à UE será aplicado em demandas internas, como serviços de saúde e segurança.
Acordo de ‘divórcio’
Aprovado pela maioria dos eleitores britânicos em 2016, teve início o processo de fechar um acordo com os termos do divórcio. Para isso, foi preciso que tanto parlamentares que representam o bloco europeu quanto os legisladores do Reino Unido discutissem como ficam temas como:o valor a ser pago pelos britânico à UE por quebrar contrato de parceria;
- os britânicos residentes em outros países da UE e europeus que moram no Reino Unido;
- a situação da República Irlanda, país independente e membro da UE, mas situado na mesma ilha que a Irlanda do Norte, parte integrante do Reino Unido. A polêmica gira em torno de como não criar uma barreira física entre as duas Irlandas. Os dois países viveram anos de conflito, e um acordo de 1999 que pôs fim à violência acabou com a “fronteira dura”, física, permitindo que cidadãos dos dois países possam circular livremente, sem passar por controle de migração.
- G1