InícioPolíticaCalvário: Empresário e Coriolando constituíram empresa para participar do esquema

Calvário: Empresário e Coriolando constituíram empresa para participar do esquema

As duas fases da Operação Calvário, 11ª e 12ª, deflagradas nesta quinta-feira (4), têm por objetivo investigar contratos firmados pela Prefeitura de João Pessoa e Governo da Paraíba para a aquisição de livros. De acordo com a investigação, até 30% dos valores dos contratos teriam sido repassados a gestores públicos como forma de propina. O empresário Pietro Harley teria chegado a formar uma empresa fantasma com Coriolano Coutinho para este fim. Ambos foram presos hoje.

O início da história remete a 2010, no que ficou conhecido como o ”escândalo dos livros”. Na época, o dono da empresa New Life Distribuição de Livros, Daniel Cosme Guimarães Gonçalves, denunciou ter sido vítima de um golpe, após ter nomeado Pietro Harley Dantas Félix para representá-lo em pregão da Secretaria de Educação de João Pessoa. Após vencer o pregão e entregar os livros, a empresa nunca recebeu os quase R$ 2,3 milhões referentes ao contrato, que teriam ficado com Pietro, em um golpe que pode ter sido facilitado pela prefeitura, que na época era gerida por Ricardo Coutinho.

Na época, e usada na investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Pietro Harley era amigo e frequentador assíduo do gabinete de Coriolano Coutinho, irmão do então prefeito, que ocupava o cargo de superintendente da Autarquia Especial de Limpeza Urbana de João Pessoa (Emlur).

Após o escândalo dos livros ser revelado na imprensa, Pietro Harley e Coriolano Coutinho criaram uma empresa fantasma para continuar vendendo livros em contratos fraudulentos. A Empresa Construindo Conhecimento Editora LTDA, tinha o nome de fantasia Editora C&C, o que seria uma alusão às iniciais de Coriolano Coutinho.

No quadro social da empresa havia pessoas de baixo poder aquisitivo, ligadas a Pietro Harley, como a esposa de seu motorista e segurança. Uma das sócias chegou a passar uma procuração para que a esposa de Pietro Harley, Camila Gabriella, atuasse na empresa em seu lugar.

A empresa participou de diversos processos licitatórios, com valores que chegavam a mais de R$ 6 milhões por contrato. Detalhes da atuação da empresa foram relatados pelo colaborador Bruno Donato, que participava do esquema e agora colabora com as investigações.

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