O Papa Francisco está com visita marcada para passar três dias no Iraque, a partir da próxima sexta-feira (5). O pontífice pretende aproximar-se das comunidades vítimas do conflito, onde igrejas foram usadas como tribunais religiosos pelos islamitas. Francisco foi convidado pelo presidente Barham Saleh em 2019, e a visita ao Iraque irá até 8 de março.
A cidade de Mossul foi convertida em cidade-sede do governo islâmico quando, em 2014, um terço do território iraquiano estava sob domínio do Estado Islâmico.
Uma minoria cristã vive em território iraquano. Os cristãos no Iraque chegaram a ser 1,5 milhão e eram tolerados durante o governo de Saddam Hussein. Após a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, começou a partida em massa de crentes cristãos.
Em 2004, as minorias religiosas eram sequestradas e executadas pela Al Qaeda. Yahya recorda que teve de vender a serralharia da família para pagar o resgate do irmão.
Mossul voltou às mãos dos militares iraquianos, em 2017, mas os moradores temem que a história se repita, atualmente há cerca de 400 mil cristãos no Iraque.
De acordo com o cardeal Sandri, citado no Vatican News, a viagem do Papa Francisco pretende transmitir uma “mensagem de consolo, de paz, de admiração por tudo o que sofreram”. A mensagem solidária não se dirige apenas a cristãos.
“Ele terá palavras poderosas para o Iraque, onde foram cometidos crimes contra a humanidade”, diz Najeeb Michaeel, arcebispo católico caldeu da cidade de Mossul, à France 24.
Francisco tem agenda com o principal clérigo xiita, o grande ayatollah Ali Sistani, em Najaf, ao sul de Bagdá em busca de um melhor diálogo cristão-muçulmano.
“É uma visita histórica, o encontro terá grande impacto, estamos falando do chefe de uma comunidade religiosa que representa 20% da população mundial”, destacou o governador de Najaf, Luay al-Yasserit, citado pela France 24.