Fim de visto para cidadãos dos EUA e outros três países vai provocar rombo milionário ao Brasil. Saiba quanto

Publicidade
O governo federal vai deixar de arrecadar R$ 60,5 milhões por ano (em média) com a emissão de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e do Japão. As informações são do Itamaraty. 
 
A perda de receita se dará porque o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou um decreto que isenta turistas desses quatro países da necessidade de um visto para entrarem no país. As novas normas entram em vigor a partir do dia 17 de junho.
 
De acordo com o Itamaraty, o Brasil emitiu 258.437 vistos para cidadãos destes quatro países em 2018. Os norte-americanos foram a maioria: 181.242, o equivalente a 70% desse montante.
 
Ao todo, o Brasil arrecadou US$ 15,9 milhões apenas com as emissões dos vistos. Considerando a cotação do dólar na segunda-feira (R$ 3,79), os turistas pagaram o equivalente a R$ 60,5 milhões. O dinheiro arrecadado com essas taxas ia direto para os cofres do Tesouro Nacional.
 
Como não há previsão de reciprocidade em relação à decisão tomada pelo Brasil, os cidadãos brasileiros continuarão a pagar pelos vistos. No caso dos Estados Unidos, a taxa está em US$ 160, o equivalente a R$ 606. Se cada brasileiro do total de 1,9 milhão que viajou aos Estados Unidos em 2017 teve de pagar por um novo visto, terão pago o equivalente a R$ 1,15 bilhão ao governo norte-americano.
 
O custo do visto de turista para cidadãos norte-americanos varia entre US$ 40 (na modalidade eletrônica ) e US$ 160 (na modalidade tradicional).
 
Apesar da perda de arrecadação, o governo defende que a isenção de vistos para americanos, canadenses, australianos e japoneses poderá alavancar o turismo, trazendo mais recursos ao Brasil.
 
A Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo) enviou um comunicado horas depois do anúncio afirmando que a medida pode ajudar o país a dobrar o número de turistas estrangeiros até 2022. Em 2017, foram 6,6 milhões. A meta do governo é chegar a 12 milhões em três anos.
 
Em um comunicado à imprensa, o órgão disse que uma projeção baseada no aumento da procura por vistos eletrônicos em 2018 por cidadãos dos quatro países beneficiados pode resultar no ingresso de US$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões) à economia do país. A estimativa, porém, só poderá ser confirmada (ou não) em abril, quando o governo deverá lançar o anuário estatístico do turismo com dados de 2018.
 
Questionado sobre a existência de algum estudo que aponte os impactos financeiros da isenção de vistos aos quatro países, a Embratur disse que o documento que embasou notas técnicas do governo desde o início da discussão sobre o assunto é um estudo realizado pela OMT (Organização Mundial do Turismo) em 2014.
 
De acordo com o estudo, alguns países que facilitaram a entrada de turistas tiveram um aumento de visitantes entre 5% e 25%. O estudo, que se limitou a avaliar os possíveis impactos da facilitação de vistos na indústria do turismo, foi realizado em países do Sudeste Asiático.
 
Continua depois da Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui