Covid atinge quatro vezes mais a classe D, em SP, afirma estudo

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Um estudo sorológico feito pela Prefeitura de São Paulo aponta que quase 40% dos cerca de 1,3 milhão de moradores contaminados pelo coronavírus na capital paulista são assintomáticos, ou seja, não apresentaram sintomas da doença e só souberam do contato com o vírus após a realização de testes.

“A pesquisa mostra que temos 40% o número estimado de assintomáticos, então, só daí a gente já tira 40% de pessoas que nem chegaram a procurar o sistema público de saúde para serem testadas. Podemos ter algumas pessoas que tiveram algum sintoma um ou outro dia e também não foram buscar o sistema público de saúde”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB).

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O levantamento apresentado no início da tarde desta terça-feira (28), com dados coletados até o dia 20 de julho, também mostra que a desigualdade social é um fator de risco durante a contaminação pela Covid-19.

“O vírus está jogando luz sobre a desigualdade que nós temos na cidade de São Paulo, é 4 vezes maior a incidência de coronavírus na classe D do que quem é da classe A, ou seja quem é mais pobre tem mais chance de pegar o vírus. É quase o dobro a incidência do vírus sobre quem tem somente o Ensino fundamental do que quem tem Ensino Superior. A população com menos instrução pega mais o vírus na cidade de SP. E a questão da desigualdade racial: quem é da cor preta ou parda tem 60% mais chance de pegar o vírus na cidade do quem é da cor branca”, disse Covas.

Perfil

O perfil sócio demográfico mostra que a população que tem mais risco de contrair a infecção pelo SARS-CoV-2 permanece sendo: cor preta e parda, com menos instrução e menor renda mensal.

Segundo a pesquisa, a prevalência de assintomáticos infectados vem se elevando gradativamente em cada fase. O levantamento aponta que 25% das pessoas que não fizeram nenhum isolamento social apresentaram o vírus, ou seja, tiveram 3 vezes mais chance de contrair o vírus, e 39,7% das pessoas que testaram positivo disseram que não apresentaram nenhum sintoma. Desde o início da pandemia, a capital paulista realizou cerca de 700 mil testes. A prevalência também é maior nas pessoas acima dos 65 anos.

A pesquisa começou no dia 10 de junho e tenta descobrir, por amostragem, quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na cidade. O exame sorológico avalia a presença de anticorpos específicos (IgM/igG). Portanto, identifica casos passados da doença. Ele é usado para monitorar a porcentagem da população que já teve contato com o vírus. Ao todo, serão nove etapas do inquérito sorológico, que começou na fase 0 e vai até a fase 8.

A Zona Sul concentra a maior parte dos casos, com 16,1% da prevalência, seguida da Zona Leste que tem 13,3% da população que teve contato com o vírus.

G1

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