Brasil e China podem usar moeda alternativa ao dólar em transações bilaterais

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O presidente Lula (PT) defendeu o uso de uma moeda alternativa ao dólar no comércio internacional entre os países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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“Porque que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre Brasil e outros países do Brics? É difícil porque tem gente mal-acostumada porque todo mundo depende de uma única moeda. Eu acho que o século 21 pode mexer com a nossa cabeça e pode nos ajudar, quem sabe, a fazer as coisas diferentes”, disse Lula durante a cerimônia de posse de Dilma Rousseff (PT) como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), em Xangai, na quinta-feira, 13 (quarta, 12, no Brasil).

Lula afirmou ainda que os demais países poderiam usar as próprias moedas nas relações comerciais, sem utilizar o dólar, “e os bancos centrais certamente poderiam cuidar disso”.

“Quem decidiu que é era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Por que não foi yene? Por que não foi o Real? Por que não foi o peso? Porque as nossas moedas eram fracas, as nossas moedas não têm valor em outros países. Então, se escolheu uma moeda sem levar em conta a necessidade que nós precisamos ter uma moeda que transforme os países em uma situação um pouco mais tranquila.”

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brics é composto por algumas das maiores economias do mundo:

  • China – 2º maior; atrás dos Estados Unidos
  • Índia – 7º lugar
  • Brasil – 9º lugar
  • Rússia – 11º lugar
  • África do Sul – 37º lugar

No último mês, o Banco Central brasileiro anunciou que havia fechado um acordo com chinês para conversão direta das moedas dos dois países em operações comerciais. Até então, as instituições precisavam fazer as operações com a intermediação do dólar americano.

O dólar se tornou o padrão do comércio internacional com o Acordo de Bretton Woods, conferência que decidiu lastrear a moeda americana ao ouro. A conferência ocorreu em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial.

Lula está viagem à Ásia para tratar principalmente da relação comercial com a China, maior parceiro de negócios do Brasil, mas também da guerra entre Rússia e Ucrânia e de questões de governança global.

Visita a Huawei

Nesta quinta-feira (13), Lula também visitou a sede da gigante de tecnologia Huawei e teve reuniões com executivos das áreas de energia sustentável e comunicações.

No Twitter, o presidente disse que a empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade.

Em fevereiro de 2020, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos moveu uma ação judicial acusando a chinesa Huawei e quatro subsidiárias norte-americanas de conspirar para extorquir e roubar segredos comerciais de concorrentes, obtendo vantagens e reduzindo gastos com pesquisa e desenvolvimento.

Uma executiva da empresa foi presa em dezembro de 2018 e, desde então, a Huawei também foi acusada pelo governo norte-americano de ser um “instrumento do governo chinês” e sofre com sanções comerciais que a proíbem de participar na construção da infraestrutura de 5G.

Lula também se reuniu com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A empresa produz ônibus elétricos e está negociando uma fábrica de automóveis elétricos na Bahia, em Camaçari.

Visita a Lula na fábrica de Huawei, na quinta-feira (quarta, 12, no Brasil). — Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert

 

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