Congresso argentino inicia debate do projeto Lei ônibus de Milei

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Congresso da Argentina iniciou a debater na manhã desta quarta-feira, 31, a ‘Lei Ônibus‘ proposta de Javier Milei que fará centenas de mudanças em regras do país e aumentará os poderes do presidente.

A Lei Ônibus tem mais de 300 artigos e é considerada uma das maiores propostas já debatidas no Congresso argentino. O pacote inclui a privatização de mais de 30 empresas públicas, incluindo a Casa da Moeda, regras para o endividamento estrangeiro do governo e ações de preservação ambiental, entre outras.

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Parte dos deputados defendem que as regras sejam discutidas uma a uma. Com isso, o debate no plenário pode levar mais de 30 horas, estima o jornal Clarín. O projeto será votado primeiro em sua íntegra e depois serão debatidos de forma separada mais de 170 emendas e vetos propostos pelos deputados.

Milei afirma que, sem as mudanças, a Argentina não conseguirá reverter os seus problemas econômicos e caminhará para uma hiperinflação. O país fechou 2023 com inflação anual acima de 200%. Por sua vez, a oposição reluta em aprovar o projeto porque considera que muitas das reformas não são viáveis ou requerem maior discussão.

O partido de Milei, A Liberdade Avança, não tem maioria na Câmara e soma apenas 38 deputados de um total de 257. Para ser aprovada, a Lei Ônibus precisa de maioria absoluta (metade mais um dos deputados presentes na sessão).

O governo faz uma ampla negociação com deputados de outros partidos aliados, como a coligação Juntos por el Cambio, que integra a gestão Milei mas não dá apoio completo e tem rachas internos. Do outro lado, a oposição peronista tem 99 deputados. Parte dos deputados estão votando seguindo as determinações dos governadores das províncias, que buscam mudar alguns pontos da lei para não perderem recursos e poderes.

Para tentar facilitar a aprovação, o governo cortou quase metade do tamanho inicial do pacote, incluindo a parte fiscal, que incluia mudanças nas tributações sobre lucros e nas regras de aposentadoria. Também aceitou reduzir, de 11 para 7, as áreas em que Milei pode ter poderes extras. A reforma do sistema eleitoral também foi abandonada.

O Executivo abriu mão de um aumento de receita com as mudanças, mas afirmou que o equilíbrio fiscal é “absolutamente irrenunciável”, antecipando que haverá um corte, que provavelmente afetará as transferências do governo nacional para as províncias. O texto original da “Lei Ônibus” garantia a Milei um corte nos gastos públicos de cerca de 5% do PIB, o que agora só poderá ser alcançado com outras medidas de ajuste.

Sobre privatizações, o pacote prevê iniciar o processo de venda de quase 40 estatais. “O que eu puder vender primeiro, eu venderei”, declarou Milei. Contudo, a venda da participação majoritária da Argentina na empresa estatal de energia YPF, expropriada em 2012, não é mais uma prioridade porque “acarretaria uma grande perda de valor para os argentinos”.

Com Exame

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