O líder da oposição na Câmara Municipal de João Pessoa, Bruno Farias, do PPS, concedeu uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira (07), na sede do parlamento mirim, para denunciar que encontrou uma verdadeira ‘rede de conexões’ entre a prefeitura de João Pessoa, a Caixa Econômica e a Compec, empresa responsável pelas obras da Lagoa, envolvendo parentes de agentes públicos.
Para o parlamentar, o tráfico de influência pode ter ocorrido descaradamente, com possibilidade de maquiagens de relatórios e até de prestações de contas.
Ele disse que como o pedido para instalar uma CPI não alcançou o numero necessário de assinaturas, encaminhará todos os dados, com os nomes dos parentes, ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal para que se procedam as investigações. Como o caso segue sob sigilo, ele acredita que as autoridades já possam ter conhecimento da conexão.
" A investigação segue em sigilo nos órgãos e isso pode não ser novidade para essas investigações. A conexão é fato e tem cargos chave na Caixa, PMJP e compec. Nao digo se há crime pois quem atestara isso é a investigação”, disse.
O parlamentar ainda atentou para o fato de que o projeto apresentado pela prefeitura de João Pessoa foi bem diferente daquele que foi entregue ao povo da Capital.
"O edital foi executado ao contrário. O parque entregue não foi o do projeto tanto visual como estrutural. O crime pode estar nas medições onde trabalhavam os envolvidos nesta conexão aqui apresentada!", alertou.
Entre os citados pelo vereador estão o secretário da PMJP Cássio Andrade, que tem a esposa, Luciana Maroja, que trabalha na Gigov ( setor na Caixa), o concunhado que trabalhava na Compec, Marcos Santos Júnior, e agora trabalha na Seinfra, entre outros. Bruno destacou ainda que todos são sócios entre si de várias empresas ativas ligadas a construção civil, na Paraíba.
"São relações que merecem ser investigadas", disse Bruno Farias.
O líder da oposição também lembrou do lixo e destacou que até hoje não se sabe aonde foi parar as 200 mil toneladas alardeadas pelo prefeito da Capital.
Durante a coletiva, o líder esteve acompanhado dos vereadoers Tibério Limeira (PSB), Eduardo Carneiro (PRTB), Marcos Henriques (PT), Sandra Marrocos (PSB). Henrique Pontes e Sandra Marrocos (PSB).
CPI VOLTA À PAUTA
Bruno Farias aproveitou para anunciar que a CPI da Lagoa será reeditada, a fim de que os parlamentarares alcancem o número mínimo de assianturas. Alguns governistas chegaram a dizer que se houvesse fato novo subscreveriam o pedido de investigação.
DO PARENTESCO (Relatório da Oposição)
Temos objetivamente o seguinte:
1- Cassio Andrade: Secretário de Infraestrutura
2- Luciana Maroja (esposa de Cassio Andrade): Servidora da CEF, lotada na Gigov
3- Flaviana Maroja Santos (cunhada de Cassio e irmã de Luciana): prestadora de serviço da PMJP, lotada na Seinfra
4- Marcos Santos Jr (esposo de Flaviana, cunhado de Luciana e concunhado de Cassio Andrade): pelo LinKedIn, trabalhou na Compec, como Gestor de Obras de 2009 a 2012. Ocorre que, na prática, todos sabem que ele trabalhou na Compec até dezembro de 2016, pois era a pessoa que, em nome da empresa, chegava com as medições na Seinfra, local onde a esposa era prestadora de serviços e o concunhado era o secretário. Atualmente, ele é prestador de serviços da Seinfra. Até dezembro, estava na Compec, e, desde abril, tá na Seinfra.
Obs.: Luciana, esposa de Cassio, além de cunhada de Marcos, tbm é sócia dele numa empresa. Ela, então, trabalha no setor da Caixa que gerencia os contratos governamentais e autoriza a liberação do pagamento das medições. Ela pode até se averbado suspeita no processo da Lagoa, podendo ter se esquivado de assinar qq documento, mas tá na cara que ela fez uma forcinha para liberar o dinheiro das medições de uma obra, cujo responsável era o marido e um dos beneficiários, o cunhado e sócio.
Resumo: Cássio era o cara que, por parte da PMJP, fiscalizava a obra da Lagoa. O concunhado dele, que hoje é assessor da Seinfra, à época da obra da Lagoa, era funcionário da Compec, empresa que executava a obra. A esposa de Cassio Andrade trabalha no setor de Gigov da CEF, a instituição que atestava as medições e por meio da qual se faziam os pagamentos
DAS PROVAS APRESENTADAS PELA OPOSIÇÃO
Luciana (esposa de Cassio)
Cargo – ENGENHEIRO CIVIL JÚNIOR
GIGOV – Gerência Executiva de Governo da Caixa Econômica Federal
GIGOV é a unidade gestora dos contratos de repasse
Provavelmente nos contratos de repasse terá assinatura dela ou outro servidor da caixa. Pelo que verifiquei para empresa receber tem que ter o ATESTO
Gerência Executiva de Governo – unidade regional da CAIXA que operacionaliza os Contratos de Repasse e outros programas governamentais Luciana assina tudo como COORDENADORA desse Setor. Pode, repito, até ter se averbado suspeita nos casos que envolvam a PMJP, mas o fato indiscutível é que ela trabalha no setor que gerencia os recursos dos contratos com o Poder Público
2- Flaviana (Irma de Luciana, cunhada de Cassio, esposa de Marcos)
Flaviana (irmã de Luciana, cunhada de Cassio e esposa de Marcos) era, até 2017, ouvidora municipal na Seinfra. Ou seja, Cássio colocou a cunhada para desempenhar uma função que exige, no mínimo, independência do gestor.
Flaviana, além de irma de Luciana, era sócia dela.
Marcos Santos
Marcos Santos, esposo de Flaviana (ouvidora da Seinfra), cunhado de Luciana (coordenadora da Gigov-JP) e concunhado de Cassio (secretário de infraestrutura), até dezembro de 2016, era o gestor de obras da Compecc, a pessoa responsável por fazer o acompanhamento das obras da empresa, e, por conseguinte, fazer as medições de cada etapa da obra da Lagoa.
Em abril de 2017, Marcos Santos foi contratado como engenheiro da Seinfra
Com pbagora.com.br