Crise da Bolívia: Yungas querem presidente indígena e cocaleiro

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A união de diferentes grupos de produtores da folha de coca, chamados de cocaleiros, formou a base eleitoral responsável por eleger Evo Morales presidente da Bolívia em 2006. Porém, ao longo dos quase 14 anos seguidos de governo, essa base foi perdendo força.

Em 2017, por causa da promulgação da Lei de Coca, cocaleiros tradicionais da região subandina dos Yungas, no departamento de La Paz, que até então tinham o monopólio da produção legal de coca no país, se declararam oposição a Morales. No ano seguinte, passaram a pedir a renúncia do ex-líder indígena acusando-o de perseguição política.

A tensão entre os cocaleiros dissidentes e Evo Morales se intensificou em agosto de 2018, quando o então dirigente da Associação Departamental de Produtores de Coca (Adepcoca), entidade representante da região dos Yungas, Franclin Gutiérrez, foi preso após ser acusado de envolvimento no assassinato de um policial durante uma operação contra a coca produzida em La Asunta, norte de La Paz, considerada excedente.

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  • A polêmica Lei da Coca de Evo Morales aumentou a área de produção legal da folha de coca na Bolívia de 12 mil para 22 mil hectares;
  • Segundo Morales declarou na época, a Lei da Coca foi uma “vitória” dos bolivianos em relação aos Estados Unidos, que queriam a erradicação total do plantio da folha na América do Sul por causa de sua relação com o narcotráfico;
  • A produção atual de coca boliviana é de mais de 24 mil hectares. Ou seja, um excedente ilegal de mais de 2 mil hectares.
  • Cocaleiros dos Yungas acusam Morales de ter favorecido somente os cocaleiros do Chapare, reduto eleitoral do ex-presidente. Eles também acusam o Chapare de envolvimento com o narcotráfico.

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